sábado, 22 de fevereiro de 2014

TEXTO PARA ANÁLISE - p.507

1- Quando é preso e condenado, Policarpo Quaresma percebe que se iludiu em relação ao seu país e seu povo. Na reflexão amargurada de sua trajetória,passa a ter consciência real do Brasil, de seus problemas e do mito a que se apegou em seu amor pela nação. Segundo Policarpo, o seu patriotismo o levara a estudar “inutilidades” sobre a pátria (conhecia os rios, sabia os nomes dos heróis do país, aprendeu o tupi-guarani, valorizou o folclore nacional), a fazer incursões na agricultura e a lutar pela nação. 2- Policarpo idealizava a doçura do povo brasileiro. Ao participar da Revolta da Armada, percebeu que se tratava de uma ilusão que nutria a respeito da pátria e seus habitantes: no conflito, viu-os “combater como feras” e matarem “prisioneiros, inúmeros”. 3- Policarpo imagina que, se outros seguissem seus passos, poderiam ser mais felizes e desfrutar de uma pátria como a que ele sonhou. A esperança se desfaz porque o conhecimento que adquirira ao longo de sua vida não seria transmitido a ninguém, já que não tivera seguidores e não havia divulgado o que aprendera. Essa constatação é motivo para intensificar sua angústia. Policarpo reflete, de forma amargurada, que, se seu ideal e conhecimento permanecessem, provavelmente não serviriam para nada, já que outros tinham morrido e se sacrificado pela pátria e, mesmo assim, a terra permanecia “na mesma miséria, na mesma opressão, na mesma tristeza” 4- A transformação por que passa Policarpo, que vai do ufanismo à consciência crítica, simboliza a mudança que se opera na literatura brasileira: a visão de pátria idealizada, herdada do Romantismo, para a reflexão da realidade de forma crítica

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